Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2018

Alguns pensamentos sobre Voegelin, Christopher Hill e Norman Cohn

Joaquim de Fiore Eu li recentemente   A Nova Ciência da Política , do Voegelin, que é recomendado pelos olavetes. Seria uma recomendação bizarra se eles fossem mesmo conservadores, mas perfeitamente compreensível, já que são tradicionalistas guénonistas disfarçados, já que o Voegelin é um autor contrarrevolucionário tradicionalista (eu fiquei com vontade de ver as posições políticas concretas dele, mas não consegui achar). Aliás, a leitura altamente seletiva de autores conservadores pelos olavetes por si só já mostra que eles têm um viés que ignora um monte de conservadores importantes (por exemplo, o Ortega y Gasset, ou o Raymond Aron), porque têm muito mais simpatia por autores tradicionalistas, ocultistas e de extrema direita. O mais interessante, pra mim, são algumas semelhanças e diferenças com outros autores que estudaram as heresias desse período que vai da Baixa Idade média até o começo da modernidade. Deles, os que eu acho mais próximos do tema são o marxista Chri

Oskar Lange sobre a relação entre o marxismo e a economia neoclássica

Estatua em homenagem ao Oskar Lange na Faculdade de Economia de Varsóvia Essa é uma tradução de parte do artigo Economia Marxiana e Teoria Econômica Moderna, de 1935. O original está aqui . Existem problemas diante dos quais a economia marxiana é impotente, enquanto a economia “burguesa” os resolve facilmente. O que a economia marxiana pode dizer sobre preços de monopólio? O que ela tem a dizer sobre os problemas fundamentais das teorias monetárias e do crédito? Que aparato ela tem a oferecer para analisar a incidência de um imposto, ou o efeito de uma certa inovação técnica sobre os salários? E (ironia do Destino!) em que a economia marxiana pode contribuir para o problema da distribuição ótima dos recursos produtivos numa economia socialista? Claramente, os méritos relativos da economia marxiana e da moderna teoria econômica “burguesa” pertencem a “escalas” diferentes. A economia marxiana pode trabalhar a evolução econômica da sociedade capitalista em uma teoria consistente

Meu conto curto "Morte Térmica" na Revista Mafagafo!

Pra ler, e só clicar na capa

O debate marxista sobre o futuro do capitalismo

Ludwig Meidner, Cidade em Chamas, 1913 Desde o final do século XIX, um dos debates mais importantes entre os marxistas foi sobre o curso histórico do sistema capitalista, e se seria possível identificar se existem limites absolutos que impediriam a sua sobrevivência a partir de algum momento. Mais recentemente, alguns autores têm feito previsões sobre o esgotamento final do capitalismo. Essa análise tem uma importância direta não só para situar a nossa etapa histórica, como tem consequências políticas (sobre o papel das reformas, do Estado, dos sindicatos etc), e posições diferentes sobre ela levaram à formulação de estratégias diferentes na esquerda marxista. Por exemplo, quase todas as correntes que reivindicam a Internacional Comunista defendem que no começo do século XX houve uma mudança qualitativa, quando surgiu a época imperialista, de decadência do capitalismo, crises, guerras e revoluções.   O objetivo desse texto é, primeiro, delimitar quais deveriam ser os critéri